Seleção brasileira evoluiu no final do ciclo, mas ainda não está no mesmo patamar das grandes potências

Às vésperas da estreia do Brasil na Copa do Mundo da Austrália e Nova Zelândia, que começa nesta madrugada com os jogos das anfitriãs, as expectativas da torcida brasileira aumentam sobre a seleção. A cada quatro anos, as esperanças se renovam pelo título — seja com as mulheres ou com os homens. Mas quais as chances de Marta & Cia levantarem a inédita taça do Mundial? A realidade não permite ser ufanista, e a resposta sincera é que são bem baixas.
A equipe de Pia Sundhage não figura hoje na primeira prateleira do futebol mundial. Lá estão as americanas tetracampeãs mundiais, as alemãs bicampeãs, a Inglaterra que conquistou a Europa ano passado… Cada qual com seus problemas internos, mas que chegam ao Mundial com esse status. Não é à toa que toda a preparação brasileira mira na vitória sobre a França — vencer Panamá e Jamaica é quase obrigação — para evitar a Alemanha nas oitavas de final e ter uma vida mais longa na competição.
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Apesar de a reta final do ciclo ter mostrado clara evolução do time, com o empate diante das inglesas, em Wembley, e a vitória sobre a Alemanha, na casa delas, ainda parece pouco para fazer frente às potências num torneio de tiro curto que qualquer erro pode custar a volta para casa. Desde 2007, quando foi vice-campeã mundial para as alemãs, o Brasil não consegue passar da primeira fase eliminatória da competição.
Ao longo dos últimos quatro anos, o time brasileiro enfrentou praticamente todas as principais seleções do mundo. O retrospecto não é favorável, mas o Brasil tem apresentado mais volume de jogo e competitividade. Uma surpresa ou outra ao longo da competição é até possível, mas o Brasil teria de mostrar algo a mais para chegar lá. A questão física, tão falada e trabalhada na preparação do último mês, ainda é um fator desequilibrante nos jogos, principalmente na reta final das partidas.
O papel da técnica sueca, desde que foi contratada em 2019, é colocar o Brasil de volta nessa prateleira. Mas o sucesso depende de um processo bem estruturado de fomento e renovação, que vem sendo feito paulatinamente e leva tempo para ter resultado. A CBF só voltou a ter uma seleção sub-15 este mês.
O Mundial deste ano pode ser encarado como o início da caminhada de uma nova geração que vai colher os frutos mais à frente. Quem sabe em 2023, na Copa que o Brasil pleiteia sediar.