
No último domingo (3), o universo da cantoria de viola perdeu uma de suas vozes mais marcantes com o falecimento do poeta Sebastião Dias, aos 73 anos. Além de sua notável contribuição artística, Dias também se destacou como ex-prefeito de Tabira, município localizado em Pernambuco, desempenhando dois mandatos à frente da administração local. Sua trajetória, entrelaçando a gestão pública com a poesia cantada, deixou uma marca singular na cultura da região.
Sebastião Dias, mesmo ocupando o cargo de prefeito, nunca abriu mão de sua paixão pela cantoria de viola. Sua habilidade em mesclar as responsabilidades políticas com a expressão artística revela não apenas um talento singular, mas também um compromisso inabalável com a preservação e difusão da cultura popular. Sua presença constante nos palcos e festivais de cantoria, enquanto liderava a gestão municipal, conquistou admiradores e reforçou a ideia de que a arte e a política podem coexistir harmonicamente.
O poeta, que deixou um legado de versos entrelaçados com as histórias e tradições do sertão pernambucano, estava internado no Hospital do Cariri, em Barbalha, Ceará. Sua partida prematura, causada por uma parada cardíaca, chocou seus admiradores e amigos, que lamentam a perda de um ícone cultural e líder comunitário.
Nascido em 1950, Sebastião Dias começou sua trajetória na cantoria de viola ainda jovem, influenciado pelas raízes culturais de sua terra natal. Ao longo dos anos, consolidou-se como um dos grandes mestres dessa forma de expressão, ganhando reconhecimento não apenas regional, mas nacional.
No âmbito político, sua gestão como prefeito de Tabira foi marcada por iniciativas que visavam integrar a cultura local às políticas públicas, promovendo eventos, festivais e projetos que valorizavam a identidade cultural da região. Essa abordagem única de unir as esferas pública e artística destacou-se como um exemplo a ser seguido, mostrando que a valorização da cultura popular pode ser uma ferramenta poderosa na construção de uma sociedade mais rica e integrada.
A despedida de Sebastião Dias deixa um vazio na cena cultural do Nordeste brasileiro, mas seu legado permanecerá vivo nas melodias e versos que encantaram gerações. Sua contribuição para a preservação e promoção da cantoria de viola e da cultura popular deixa um chamado para que as futuras gerações sigam trilhando os caminhos por ele abertos, mantendo viva a chama da tradição e da autenticidade que sempre caracterizaram seu trabalho. Que seu canto ecoe eternamente nos corações daqueles que tiveram o privilégio de testemunhar sua arte e compromisso com as raízes culturais do sertão pernambucano.
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