No Sertão paraibano, o cemitério de Poço de José de Moura testemunhou uma cena de dor e comoção na manhã desta segunda-feira (4). O tio do estudante, vítima de um fatídico episódio envolvendo um policial militar no domingo (3) em Uiraúna, ergueu a voz em um discurso comovente durante o sepultamento.
Entre parentes e amigos, lágrimas se misturaram ao luto enquanto o tio do jovem expressava sua angústia. “As pessoas formadoras são as que hoje estão doentes. Formadas por fora, mas por dentro o emocional destruído”, compartilhou ele, buscando compreender a dimensão do ocorrido.
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Em um discurso marcado por sentimentos intensos, o tio destacou a expectativa de que aqueles capacitados e formados pudessem oferecer lições e educar quem está equivocado. No entanto, a realidade parece se distanciar dessa idealização. “É o contrário que nós estamos vendo”, afirmou, lançando um olhar crítico sobre a sociedade presente.
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Entre as palavras carregadas de emoção, o tio dirigiu-se àqueles presentes, apontando a ironia de que, muitas vezes, são as pessoas menos “formadas” que demonstram maior educação, respeito e sensibilidade. “Tem muitos de vocês aqui que não sabem fazer nem o nome, mas eu não tenho orgulho dessa pessoa formada”, declarou ele, evidenciando a complexidade das relações e emoções presentes naquele momento.
A tragédia que tirou a vida do jovem estudante não apenas abalou a comunidade local, mas também expôs questões mais profundas sobre a responsabilidade social e emocional daqueles que detêm o poder e a influência. O tio, ao compartilhar suas palavras sinceras, trouxe à tona a necessidade de reflexão e mudança na forma como a sociedade lida com questões complexas como essa.
Enquanto o caixão era baixado à terra, a dor presente na voz do tio ecoava entre os presentes. Sua mensagem não era apenas um lamento pessoal, mas um apelo para que todos carregassem, de alguma forma, a dor compartilhada por aquela família. O luto, transformado em discurso, buscava não apenas consolar, mas também provocar uma reflexão coletiva sobre a importância da empatia e da responsabilidade em nossa sociedade.
No cemitério, entre flores e lágrimas, o sepultamento tornou-se um símbolo não apenas da perda trágica de um jovem, mas também da necessidade urgente de mudança e compreensão mútua. O discurso do tio, envolto em dor e questionamento, permanecerá como um eco persistente, instigando a comunidade a não apenas lamentar, mas também a agir em busca de uma sociedade mais justa e compassiva.
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