Muito bom relembrar a festa, os festejos, os reencontros, as conversas, os abraços, a missa, a reza, os sermões do Monsenhor Vieira, recomendado uma boa convivência entre as famílias. A pregação dos valores, dos bons costumes e da paz aos fiéis feita nos sermões de padre Anacleto, antes, e depois, pelo Padre Cleides. E mais: o parque, a roda gigante, a Banda de Música JMJ, a alvorada, a banca da linguiça do seu Rufino, a de bolos de seu Anorato. Nós, todos ou quase, de roupa nova, sapato engraxado. As ruas limpas e as casas caiadas. Era uma semana de reza, festas e alegrias.
Os devotos chegavam de toda parte: dos sítios e fazendas, de cidades vizinhas, do Rio e de São Paulo. Meu avô e minha avó, José Fernandes e Maria Cristina, vinham do sítio Bujary, acompanhava-os um animal com caçuá cheio de carnes, galinhas abatidas, bolos e outras iguarias. Assistiam as missas e novenas, recebiam os parentes e amigos para uma boa conversa, traziam as ofertas para o leilão, o pregoeiro Ganga, à frente, a animar a festança. Ah! Não faltava a banda do Maestro Dedé Capitão a contemplar a alma dos participantes, como agora, do Maestro Geraldo Moisés. A música, sabe-se, evoca sempre boas recordações.
Depois da novena seguíamos para o passeio na praça, a Difusora comandada por Branca de “Seu” Joãozinho e o animador Peta, a mandar mensagens, a tocar boas músicas, sempre oferecida a um ou uma pretendente. Assim: de alguém para alguém vai essa música como demonstração de amor. Ali começavam os namoros, que, para alguns, iam até o casamento.
Assim era e é em Uiraúna, em janeiro, na Festa de Jesus, Maria e José. Ah! Hoje temos, também, a festa dos Filhos de Candinha. Quando se dança, relembra-se o passado, comemora-se a vida. Uma reprodução de uma fase alegre da nossa existência.
Parabéns a Uiraúna, aos seus filhos e filhas. Feliz ano novo a todos.
Geraldo de Margela Fernandes
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