Punido pela extinta CBD, Alvinegro excursionou pela Europa, Ásia e África com a “forcinha” de João Havelange, em 1973. Time disputou 24 amistosos em nove países

O ano era 1973. Tetracampeão estadual à época, o ABC se viu diante do que seria a maior excursão internacional de um time brasileiro, segundo o Livro dos Recordes. Foram 102 dias fora do Brasil – há quem aponte 104, 108 e até mesmo 112, totalizando as viagens de ida e volta -, com muitas dificuldades, histórias, causos e alegrias. No retorno a Natal, uma festa digna de campeões e uma emoção sem tamanho tomou conta de todo o grupo. Este é um dos capítulos mais marcantes da história do clube.
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Nesta terça-feira, o ABC comemorou os 50 anos da excursão que contou com 24 amistosos em nove países – Turquia, Grécia, Romênia, Iugoslávia, Tanzânia, Uganda, Somália e Etiópia (veja mapa abaixo). Foram sete vitórias, 12 empates e cinco derrotas.

Hoje, especialmente, relembramos aquele dia mágico, 29 de agosto de 1973, quando conquistamos nossa primeira vitória, contra o Fenerbahçe (Turquia), com um placar memorável de 1 a 0. Essa partida não representou apenas um triunfo, mas o símbolo de uma jornada de superação e dedicação – publicou o clube nas redes sociais.
O ABC tinha no elenco grandes jogadores como Danilo Menezes, Alberi e Jorge Demolidor, além da dupla de zaga composta por Telino e Edson, o capitão e líder daquela equipe vencedora.

Para quem não lembra, o motivo de tal expedição não foi dos mais nobres. Por ter escalado três jogadores de forma irregular no confronto contra o Botafogo, no antigo Castelão, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro de 1972, o ABC foi suspenso por dois anos de participar de qualquer competição organizada pela extinta Confederação Brasileira de Desportos – atual CBF. Apesar do baque à época, não houve muito tempo para lamentações, pois logo depois a excursão por três continentes foi anunciada.

A chamada epopeia alvinegra só foi possível graças à amizade de João Machado, então presidente da Federação Norte-rio-grandense de Desporto, com João Havelange, presidente da CBD e chefão do futebol brasileiro. O empresário Elias Zacour foi o responsável por toda a logística, enquanto Jácio Fiúza e José Prudêncio Sobrinho chefiavam a delegação. No dia 25 de agosto daquele ano, os 18 jogadores que faziam parte da delegação, além do técnico Danilo Alvim, o preparador físico Sebastião Cunha, o médico Sérgio Lamartine, o massagista Zózimo Nascimento e os já citados Jácio Fiúza e Prudêncio Sobrinho embarcaram para o Rio de Janeiro, de onde partiriam rumo a Paris, dando início à aventura.
Crédito: G1 RN
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