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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Covid explode em cidade do interior de SP governada por ‘Bolsonaro caipira’

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Foto Reprodução: © Prefeitura de Mirandópolis

Os irmãos Gustavo e Alessandra Bortoleti, de Mirandópolis (SP), viveram o calvário da Covid-19 de forma simultânea. Começaram a sentir os primeiros sintomas da doença na última semana de março.

No dia 31 daquele mês, com algumas horas de diferença, o comerciante Gustavo, 44, e a esteticista Alessandra, 45, foram internados no Hospital Regional da cidade. Em 2 de abril, ambos foram para a UTI. No dia 9, Gustavo morreu por volta de 18h. Sua irmã, pouco antes da meia-noite.

A tragédia familiar chocou a cidade no noroeste do estado, a 595 km de São Paulo, e se tornou simbólica do momento crítico vivido por seus 30 mil moradores.

O drama também colocou os holofotes sobre a gestão do prefeito Everton Sodario (PSL), 27, apoiador inconteste do presidente Jair Bolsonaro, que desde o início da pandemia seguiu o receituário pregado pelo governo federal: minimizou a doença, pregou contra o distanciamento social e as restrições ao comércio, atacou a vacina do Butantan e promoveu o chamado “tratamento precoce”, sem eficácia comprovada.

No período de 19 de março a 19 de abril, o total de mortes contabilizadas pela prefeitura desde o início da pandemia passou de 24 para 65, um salto de 170,8%. Já o número de casos confirmados subiu 52,5% no período, chegando a 1.853.

Como comparação, o aumento de mortes no estado de São Paulo nesse mesmo intervalo foi de 32,5%, e o de casos, 20,6%. No país, as mortes cresceram 29,1% e os casos, 17,7% no período.
A situação levou ao colapso total o hospital estadual onde os irmãos morreram, o principal da região, mesmo após a capacidade de leitos de UTI para Covid ter sido ampliada de 10 para 18. Em 29 de março, seu diretor, Nivaldo Francisco Alves Filho, emitiu uma circular dizendo que a ocupação de leitos de UTI para Covid era de 185%.

Em outras palavras, quase metade dos pacientes estava sendo atendida de forma improvisada, em leitos montados onde houvesse espaço.

“Cheguei num determinado momento em que não tinha mais onde colocar doente”, relata o diretor. Duas vezes no último mês, ele precisou suspender temporariamente o recebimento de pacientes, por absoluta incapacidade de acomodá-los.

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