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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Francesa coleta urina de banheiros públicos para fabricar pães

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Francesa coleta urina de banheiros públicos para fabricar pães
Foto Reprodução: Mega Curioso

A fim de quebrar os tabus sobre o descarte de excrementos humanos e compartilhar ideais de um ciclo alimentar baseado em princípios de sustentabilidade e reutilização de substâncias naturais, um grupo de engenheiros franceses se uniu para coletar, nas ruas francesas, restos de urina feminina em banheiros públicos, com a justificativa de que são “um ótimo fertilizante” para a produção de pães.

Liderados pela padeira, engenheira e autoproclamada ecofeminista Louise Raguet, a iniciativa faz parte do processo produtivo dos populares pães “Boucle d’Or”, os cachinhos dourados, e a substância é ampla e intensivamente tratada antes de ser aplicada como ingrediente, chegando a ser diluída aproximadamente 20 vezes. Além disso, toda a ideia é inspirada em preceitos científicos, sem qualquer tipo de negligenciamento contra a saúde do consumidor.

“É ideal substituir fertilizantes químicos e evitar a poluição que eles causam”, disse Raguet, em entrevista para o portal RT. “As pessoas realmente não sabem o que está acontecendo por trás do vaso sanitário. Tudo deve desaparecer como se fosse mágica, estivesse oculto. Quando você faz xixi na água, as estações de tratamento removem os nutrientes. Eles não retornam à terra. O sistema não é circular.”

A urina como um antro de nutrientes

Segundo estudo publicado pela Agência de Planejamento Urbano da França, quase 30 milhões de pães podem ser produzidos diariamente através do fertilizante pouco convencional. Suas propriedades particulares de absorver nitrogênio, potássio e diversos outros nutrientes do solo ainda permitem a economia de mais de 700 toneladas de nitrogênio de fertilizantes sintéticos, tornando o produto mais natural e, consequentemente, saudável.

Além do impacto preocupante que as substâncias artificiais podem ter sobre o ambiente e o clima, um alerta sobre os riscos causados à sustentabilidade alimentar humana foi emitido pelos autores da pesquisa, ao afirmar que a produção massiva de sintéticos exige um alto consumo de energia que emite poluentes prejudiciais à camada de ozônio, expandindo as consequências do efeito estufa.

O projeto ecofeminista

Com a ideia de valorizar o corpo feminino e de capacitá-lo para tornar-se um meio de preservação ambiental, Louise Raguet passou a praticar sua coleta essencialmente a partir de organismos de mulheres como tática de emponderamento, e criou um prático sistema para reduzir o tempo de espera em banheiros femininos: o urinol denominado Marcelle.

Utilizar a urina como fertilizante, então, é uma proposta de expansão de seu empreendimento pessoal, espalhando a palavra da sustentabilidade e sua importância para a manutenção de uma sociedade mais consciente.

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