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sábado, 18 de maio de 2024

Suárez constrói megacentro de treinamento e traça plano ousado: ter um time na elite do Uruguai

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Cidade Esportiva LS, espaço cuja construção foi acompanhada de perto pelo atacante do Grêmio; veja os planos ambiciosos do Pistolero

suarez constroi megacentro de treinamento e traca plano ousado ter um time na elite do uruguai

Três campos de futebol para crianças e adolescentes, outros três com medidas profissionais, sendo um deles em um miniestádio, com capacidade para 1,5 mil pessoas. Estrutura de vestiários, academia, área de convivência e alimentação, além de quatro estacionamentos e um prédio administrativo, tudo isso em um terreno de oito hectares (80 mil metros quadrados).

Poderia ser o centro treinamento de qualquer grande clube de futebol, mas não é. Trata-se da Cidade Esportiva LS, mega empreendimento no Uruguai que tem como dono um ídolo nacional, cujas iniciais batizam o espaço: Luis Suárez.

Conheça a a Cidade Esportiva LS

Dias após ser inaugurada, no fim de março, a Cidade Esportiva abriu as portas para receber a reportagem do ge. Ainda com cheiro de novo e algumas salas vazias, o centro de treinamento é só parte de um projeto ainda mais ambicioso do atacante do Grêmio:

– Luis quer ter seu próprio time profissional – contou Danilo Alvez, coordenador esportivo e um dos administradores do empreendimento.

– É preciso ir passo a passo. O LS já é uma SAD (Sociedade Anônima Desportiva), mas para chegar à elite do futebol uruguaio é preciso começar na quarta divisão. Esse processo pode levar cerca de sete anos e envolve muitas perdas financeiras. Mas, sem dúvidas, o nosso próximo passo é a profissionalização – explicou Alvez.

Pistolero empreendedor

O plano de Suárez começou em 2018, ainda de forma modesta, com a construção do Complexo LS, seguindo sugestão do cunhado dele.

Localizado na Cidade da Costa, em Canelones, a aproximadamente meia hora da capital Montevidéu, o espaço contava inicialmente com duas quadras de grama sintética e churrasqueiras, abrigando aulas de futebol para crianças, além de confraternizações e eventos.

Em 2022, porém, o complexo se expandiu, com a construção de uma piscina semiolímpica, academia com equipamentos de primeira geração, além de salas para yoga, pilates e outras atividades. De 500 sócios, o clube saltou para mais de 3 mil.

Conheça o Complexo Luis Suárez

Um ano antes, o jogador havia dado outro importante passo em seu projeto. A 7km do Complexo LS, Suárez comprou um enorme terreno, numa área rodeada por condomínios residenciais em construção e com grande potencial de valorização. Aos 34 anos e ainda defendendo o Atlético de Madrid, o atacante decidiu que ali levantaria sua cidade esportiva.

Foram dois anos de obras e muito dinheiro investido.

– Não posso dizer quanto foi gasto, mas garanto que foram alguns milhões de dólares. E tudo isso sem qualquer ajuda do governo, não houve um centavo sequer de isenção de imposto – afirmou Danilo Alvez.
Planta da Cidade Esportiva Luis Suárez — Foto: Divulgação

Mesmo à distância e em meio a uma rotina de treinos e jogos, Suárez fez questão de acompanhar de perto cada passo da construção do centro de treinamentos. Quase diariamente ele pedia atualizações a Paola Balbi, irmã da mulher do atacante, e o marido dela, Sebastián, que ficaram encarregados pelas obras.

No começo deste ano, durante uma folga do Grêmio, o jogador visitou a Cidade Esportiva e não gostou do que viu. Segundo ele, faltava muito o que fazer antes da inauguração, inicialmente prevista para fevereiro. Depois da “dura” do Pistolero, os trabalhos foram acelerados, e o evento de abertura adiado.

Finalmente, a inauguração foi marcada para 27 de março, em festa que contou com presença e homenagem a Óscar Tabárez, ex-técnico da seleção uruguaia, autoridades locais e, é claro, Luis Suárez, que não conteve as lágrimas ao discursar.

– Não tivemos uma infância fácil. Agora, queremos oferecer desenvolvimento às crianças desde o momento em que começarem a jogar futebol – disse, emocionado.

A rotina do CT

Atualmente, 80 funcionários trabalham no complexo esportivo e no megacentro de treinamento de Suárez.

Os atletas dos times de futebol somam cerca de 700, sendo 80 mulheres. Eles se dividem em 29 times, que vão desde a categoria sub-8 até a principal.

Há alguns poucos casos de prodígios que ganham bolsas de estudo, desde que se destaquem muito esportivamente e se encaixem na cultura do clube. Porém, a maioria dos atletas paga mensalidade que varia entre 60 e 65 dólares (entre R$ 300 e R$ 325 na cotação atual).

– Para manter essa estrutura toda é custoso, por isso precisamos de sócios. A ideia é consolidar a parte social para que, amanhã, quando tivermos a parte profissional, tenhamos uma base que a sustente financeiramente – comentou Danilo Alvez, que completa:

– O mais difícil é criar o sentido de pertencimento. Temos que criar essa cultura com nossos sócios, que sintam a camisa, que venham aqui com amigos, com familiares, até que o Deportivo LS seja o clube principal da Cidade da Costa.

Em abril, o Emelec alugou a estrutura de Luisito para treinar antes da partida contra o Danúbio, pela Copa Sul-Americana. Segundo a administração da cidade esportiva, já houve contatos também de clubes brasileiros, entre eles o Flamengo e o Inter, que depois recuou por conta da rivalidade com o Grêmio, clube de Suárez.

O interesse internacional enche de orgulho o coordenador do centro de treinamento, que não exibe falsa modéstia e parece já buscar uma rivalidade com os maiores clubes do Uruguai:

– Não invejamos Peñarol nem Nacional. Nossa estrutura está no mesmo nível deles!

Como chegar à elite?

Como Danilo Alvez disse, a “pirâmide” do futebol do Uruguai começa na quarta divisão, ainda amadora, assim como a terceira – só a segunda e a primeira são profissionais.

A quarta divisão, conhecida como Divisional D, tem apenas dois anos de fundação e reúne praticamente só clubes recém-criados. De acordo com a AUF (Associação Uruguaia de Futebol), os acessos e descensos são garantidos entre as quatro divisões.

O principal desafio é pular da terceira para a segunda divisão, já que significa sair do amadorismo para o profissionalismo. Normalmente são duas vagas em jogo por temporada.

Depois, sim, o sonho fica mais próximo: a Segundona tem sido disputada com 14 clubes e três vagas abertas para a elite. Na divisão principal, são 16 equipes.

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