
Para se fazer Estado, este se aponderou de certos mecanismos de autoproteção. Primeiro, deram-lhe um nome genérico de “deus”.
Tratava-se de um ser nunca visto (e quem o visse cegaria porque os olhos pecadores não teriam luz para tamanha bondade). Sendo ele fruto do medo dos animais, da fúria da natureza e das mãos de outro homem, por si só bastava para dar algum sentido a vida.
“Deus”, pois, ao se mostrar onipresente, o único possível para dar salvaguarda ao oprimido, terminou servindo de escudo para uns poucos que pretendiam se manter noutra (e certamente mais confortável) condição social. Valeram-se também de “deus”. Utilizaram seu nome, seu simbolismo para criar um discurso, para dar liame a um enredo. E viram que “deus” era bom. E como era bom continuarem no bem bom, disseram que eram encarnação do próprio “deus”. Criaram o Estado para os institucionalizar.
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