
No Brasil, com uma população estimada em 29 milhões de mulheres entre o climatério e a menopausa, a qualidade de vida durante essa fase torna-se uma preocupação crescente. Por isso, a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal aprovou uma medida significativa nesta quarta-feira: o projeto de lei que garante o tratamento gratuito do climatério e menopausa pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto não apenas assegura acesso a medicamentos hormonais e não hormonais, como também abrange exames diagnósticos e suporte psicológico multidisciplinar. A ideia é que, desde o diagnóstico, as mulheres tenham o acompanhamento necessário para lidar com os sintomas desta etapa da vida. Esta proposta ainda inclui a criação da Semana Nacional de Conscientização para Mulheres na Menopausa ou em Climatério, fortalecendo o suporte informativo e educacional sobre o tema.
Estudos indicam que apenas 50% das mulheres brasileiras nessa condição utilizam algum tipo de tratamento para aliviar os sintomas, que incluem ondas de calor, alterações de humor, e ressecamento vaginal, entre outros. Essa estatística alarmante reflete a necessidade urgente de políticas públicas mais eficazes nessa área.
O senador Mecias de Jesus, autor da proposta, destaca que a aprovação é um passo crucial para assegurar o direito à saúde integral das mulheres, proporcionando-lhes melhores condições de vida durante e após a transição menopausal. A relatora do projeto, senadora Ivete da Silveira, também apoiou a aprovação, que agora segue para a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para mais análises.
Além da reposição hormonal, o tratamento da menopausa pode incluir terapias sistêmicas, como o uso de cremes vaginais de estrogênio. Importante destacar que cada tratamento é personalizado, baseando-se nos sintomas e nos níveis hormonais da paciente, visando oferecer o suporte mais eficaz e com menores efeitos colaterais.
Mariana Rosário, ginecologista do Hospital Albert Einstein, ressalta a importância de um estilo de vida saudável como complemento ao tratamento hormonal. Atividades físicas e uma dieta balanceada são essenciais para gerenciar o peso e manter a saúde óssea, evitando complicações como a osteoporose.
Contudo, é crucial notar que a terapia de reposição hormonal possui contraindicações, como em casos de câncer de mama ou trombose, onde outras opções terapêuticas devem ser consideradas.
A medida agora aguarda a decisão final da CAS e, se aprovada, poderá trazer uma melhoria significativa na qualidade de vida das mulheres brasileiras enfrentando a menopausa.
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