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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Um VOVÔ na Libertadores tirando onda

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Foto Reprodução: Mario Alberto / Globo Esporte

Foi-se o tempo em que jogador se aposentava com seus 30 e poucos anos, é bem verdade. Mesmo com o “futebol moderno” cada vez mais físico, a “expectativa de vida” da carreira dos atletas aumentou, e em alguns casos extrapola até a barreira dos 40. Mas poucos são os que conseguem chegar a essa idade se mantendo em destaque na elite do país. Romário já foi artilheiro de Campeonato Brasileiro pelo Vasco com 39; Zé Roberto ganhou a Série A e a Copa do Brasil pelo Palmeiras depois dos 40; Rogério Ceni foi titular do São Paulo até os 42… E um exemplo mais recente é Nenê, que com a camisa do Fluminense em 2021 vai virar mais um quarentão nos gramados brasileiros sem sair dos holofotes.

Seus números são incontestáveis até por seus críticos na torcida. Desde a temporada passada, quando foi o artilheiro e um dos destaques na campanha que classificou o clube de volta à Copa Libertadores depois de oito anos, Nenê vem sendo o jogador mais decisivo do Tricolor com seus 39 anos e 10 meses de vida. Tem mais que o dobro de participações diretas em gol (entre finalizações e assistências) do que Marcos Paulo e quase o triplo do ídolo Fred. E ele dá mostras de que vai manter o pique em 2021: em cinco jogos até aqui, estufou a rede uma vez e já deu quatro passes para servir seus companheiros.

E o Fluminense vai precisar de seus gols e passes, que já desbravaram a América do Sul há 18 anos. Quando jogou a fase de grupos da Libertadores pela última vez e foi vice-campeão com o Santos em 2003, ele já era Nenê, apelido que o acompanha desde pequeno. Agora, retorna também como “Vovô”, como é chamado pela molecada de Xerém, muitos deles com menos da metade de sua idade. Pegar pilha? Que nada!

Nesta quinta-feira, contra o River Plate, da Argentina, às 19h (de Brasília), no Maracanã, Nenê jogará apenas a segunda vez a fase de grupos da Libertadores. Na primeira, tinha só 21 anos e era uma espécie de 12º jogador daquele Santos de Diego e Robinho. Naquela edição, o meia disputou 12 partidas (duas como titular), fez três gols e deu uma assistência, chegando até a final. Mas acabou superado pelo grande rival do River, o Boca Juniors.

Depois disso, como passou 13 anos jogando fora do país, Nenê só voltou ao Brasil em 2015 e ao torneio em 2019, mas não passou pela Pré-Libertadores com o São Paulo. Em 2021, com a classificação direta do Fluminense para a fase de grupos, Nenê vai entrar para uma seleta lista: a dos brasileiros mais velhos a disputar a principal competição do continente.

Nenê terminará a fase de grupos com 39 anos, 10 meses e 6 dias e vai ultrapassar o ex-volante Renato, o ex-zagueiro Juan e o ex-goleiro Dida no Top 10. Porém, ele ainda poderá ir além e chegar ao Top 3 se o Fluminense passar para as fases mata-mata pelo menos até o dia 19 de julho, data de seu 40º aniversário. Os únicos que ele não pode alcançar nesta edição são Rogério Ceni e Zé Roberto, que jogaram a Libertadores com 42 anos.

“Ele é muito exigente com ele mesmo e se cobra muito”.

A frase é de Jessica Garducci, esposa de Nenê. Para “desvendar” os segredos do meia, ninguém melhor do que quem está há quase 10 anos do seu lado, sendo oito como casados.

– É importantíssimo para ele dormir bem, dia de jogo ele dorme bastante, tipo 10 horas. Em dias normais, procura sempre dormir oito horas por noite. A alimentação não é tão regrada, mas muito saudável, nada de industrializados. Antes do treino ele gosta de tomar café da manhã em casa, que eu costumo preparar, e quando está em casa geralmente descansa. Ele gosta muito de fazer jacuzzi e sauna, joga no computador… Tem até adquirido o hábito da leitura (risos).

Jessica diz que um dos “trunfos” físicos de Nenê sempre foi a distância do álcool, algo que vem dele mesmo e a esposa nunca precisou “brigar”. Porém, com relação a doces…

– Ele sempre foi muito magro, nunca foi de beber bebida alcoólica, isso o beneficiou muito. No geral, sempre se alimentou bem, mas lembro que achei um absurdo o tanto de guloseimas que tinha na casa dele (risos). Ele tomava um café com três sachês de açúcar! Com o tempo, passou a gostar de coisas que não comia antes, tirou esse açúcar todo… Deu uma melhorada (risos).

Chegar aos 40 anos ainda jogando na elite do futebol brasileiro é algo que seu próprio empresário, Gilvan Costa, jamais imaginava quando começou a trabalhar com Nenê em 2005. Até porque, a carreira dele como profissional de campo começou bem tardia, pois até 19 anos ele jogava salão.

– Olha, que ele continuaria jogando já imaginava desde aquela época porque ele sempre foi fominha, mas em alto nível não esperava. A cada ano que passa parece que ele se reinventa, vai ficando mais jovem. Ele jogou com Vagner Mancini, Anderson Batatais… Quando eles encontram o Nenê até brincam: “Pô, você está jogando ainda?”. Esses anos de Europa ajudaram muito para a evolução física dele. E ele está sempre atento a tecnologias novas de performance. Ele sabe que vai caindo o rendimento com a idade e precisa fazer alguma coisa para retardar isso.

Por exemplo, buscar coisas novas na tecnologia. Desde 2016, Nenê frequenta uma academia de eletroestimulação muscular na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, uma vez por semana:

– É um trabalho de eletroestimulação de corpo inteiro, tonifica o músculo e melhora o condicionamento físico dando mais resistência muscular. São contrações elétricas que a pessoa recebe, e a máquina faz com que o músculo contraia. Para enfatizar, você concilia com exercícios. A máquina faz quatro segundos de estímulo e quatro segundos descansando, repetidamente, e são 20 minutos no total. E dá para regular a intensidade por área, por exemplo, o Nenê se estiver com as pernas mais desgastadas depois de um jogo, pode diminuir a carga nelas e deixar maior no resto do corpo – explicou Mariana Pimpa, uma das personal trainers da “BodyPulse”.

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