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sábado, 4 de maio de 2024

Como fazer uma boa redação para concurso? Professores ensinam técnicas e o que estudar

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Concurseiros devem estudar gramática e regras de construção de texto, além de estar a par de discussões da atualidade. Veja também como organizar o tempo na hora da prova.

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Foto: Reprodução

Para fazer uma boa redação em provas de concurso público, não basta escrever bem. Também não adianta dominar todas as regras da língua portuguesa, mas não ter uma boa argumentação para desenvolver o tema que foi cobrado.

A solução, portanto, é prática. Estudar bastante para saber gramática e regras de construção de texto, mas também estar a par das principais discussões da atualidade e ter argumentos para defender seu ponto de vista.

Ao g1, os professores de redação Flávia Rita e Diogo Alves da Silva, especialistas em preparação para concurso público, compartilharam uma série de orientações para fazer uma boa redação nas provas. Veja abaixo:

Os tipos de texto e temas mais cobrados;
4 dicas de como e o que estudar para redação;
Como organizar o tempo na hora da prova.

Tipos de texto e temas mais cobrados

O tipo de texto mais cobrado nas redações de concurso público é o dissertativo-argumentativo, afirma o professor Diogo Alves, coordenador de redação da Gran Cursos Online, plataforma digital de ensino com foco em concursos.

“É trazer sua opinião acompanhada de argumentos consistentes, em uma estrutura de início, meio e fim. O candidato vai elaborar a tese e os argumentos, desenvolver cada argumento em um parágrafo e, no final, dar uma proposta de intervenção”, resume.

Outro texto bastante cobrado é o dissertativo-expositivo, “em que o candidato desenvolve um tema de uma área específica do conhecimento, com uma direção previamente estabelecida no edital”, explica Flávia Rita, professora de língua portuguesa em cursos preparatórios para concursos públicos e dona do Centro Educacional Flávia Rita.

Mais uma possibilidade de texto a ser exigido em concursos públicos é o estudo de caso, principalmente em provas de carreiras jurídicas e da área de segurança pública. São textos mais curtos, em que o candidato, a partir de um caso concreto, elabora uma resposta fundamentada em um conjunto específico de leis, ensina a professora.

Já os temas mais cobrados, principalmente nos textos do tipo dissertativo-argumentativo, são de atualidades.

“[As bancas] tendem a cobrar questões sociais, a relação do homem com o meio ambiente, questões relacionadas a sentimentos humanos, empatia, privacidade na internet, tecnologia na era moderna, conflitos internacionais, etc”, lista o professor Diogo.

Como e o que estudar

Embora cada banca cobre um tipo de texto nas provas para concurso, existem princípios universais que tendem a ser valorizados em qualquer tipo de avaliação de redação, afirma a professora Flávia:

Entendimento do tema;
Linguagem clara;
Coesão e coerência na articulação das ideias;
Argumentação sólida, com exemplos, dados e referências que possam validar a argumentação;
Variedade lexical e respeito às regras gramaticais.

Por isso, o ideal é criar uma rotina que inclua o estudo da língua portuguesa e a construção de argumentos sólidos relacionados a vários assuntos. Algumas técnicas são:

1- Prática regular

“Quanto mais o candidato escreve, mais familiarizado fica com o processo e maiores são suas chances de desenvolver um bom texto sob pressão, como em uma prova”, explica Flávia.

Mauro Henrique Pasquini, de 34 anos, seguiu a orientação e, entre outros concursos renomados, foi aprovado no Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais, com uma pontuação de 46/50 na redação.

“Foram mais de seis meses estudando redação. Todo dia eu chegava em casa e assistia a uma aula de redação. Fazia de duas a três redações por semana e mandava pra professora corrigir”, conta o ex-aluno.

Uma dica do professor Diogo é escrever uma redação ao final de cada conteúdo teórico que o candidato está estudando para o concurso. Além de treinar redação, a técnica ajuda a memorizar os assuntos que vão cair na prova.

“Quando o candidato está estudando direito, contabilidade, informática, etc, ele já pode fazer um fichamento e depois transformar isso na estrutura de um texto. O resumo escrito vai servir de suporte para a redação.”

2- Preparar a argumentação

“O candidato não pode escrever o que ele acha de acordo com as vozes da cabeça dele. A gente tem que usar o testemunho de especialistas, dados estatísticos, fontes confiáveis, fatos, comparações, órgãos competentes e até leis para embasar o argumento”, orienta Diogo Alves.

A professora Flávia listou algumas estratégias:

-Acompanhar notícias: Estar atualizado sobre eventos nacionais e internacionais é crucial. Isso fornece contextos recentes que podem ser utilizados em suas argumentações. Jornais, revistas e sites confiáveis são boas fontes de informação.
-Ler bons livros: A leitura de obras literárias, filosóficas, históricas e científicas amplia o conhecimento geral e ajuda a desenvolver o senso crítico e a habilidade de argumentação.
-Pesquisar citações: Citações de autores, filósofos, cientistas e outras personalidades renomadas podem enriquecer a redação e demonstrar que o candidato tem um repertório diversificado. No entanto, é crucial entender e usar a citação corretamente, evitando descontextualizações.
-Assistir a documentários e palestras: Plataformas como YouTube e TED oferecem uma vasta gama de documentários e palestras sobre temas variados. Eles podem introduzir novos pontos de vista e informações valiosas para o candidato.

3- Análise de redações anteriores

“Isso ajuda o candidato a se familiarizar com o formato da prova, com os tipos de temas abordados e com as expectativas da banca examinadora do certame escolhido”, ensina a professora de redação.

Segundo o professor Diogo, alguns temas de redação tendem a se repetir nos concursos, às vezes com abordagens diferentes, mas mantendo a mesma linha de raciocínio.

Outra dica dos especialistas é estudar a partir de redações que receberam notas altas em concursos. A ideia, segundo a professora Flávia, é analisar os pontos fortes desses textos para que eles sirvam de guia para suas próprias redações.

4- Correção profissional

Para garantir que está no caminho certo, uma estratégia pode ser contratar uma pessoa para corrigir suas redações. De acordo com a professora Flávia, o ideal é que seja um profissional capacitado em letras e familiarizado com os critérios da banca examinadora.

“O retorno detalhado quanto aos pontos a serem melhorados pode ajudar o candidato a identificar seus pontos fracos. Nesse processo, aluno e professor desenvolvem estratégias para superar as dificuldades, respeitando os problemas de cada aluno.”

Mas caso o concurseiro não tenha condições financeiras de contratar um profissional, pode pedir para um familiar ou amigo ler o texto e apontar possíveis problemas, orienta o professor Diogo.

É hora da prova!

Se a prova de redação do concurso for aplicada junto com as questões sobre outros conteúdos, o ideal é que o candidato gaste, no máximo, uma hora e meia para a elaboração do texto, afirma Flávia. Segundo ela, uma sugestão geral para um texto de 30 linhas seria:

-5-10 minutos para ler e compreender o tema e os textos motivadores;
-10-15 minutos para esboçar e organizar as ideias;
-20-25 minutos para escrever a redação;
-10-15 minutos para revisar o texto.

O professor Diogo orienta: “Leia o tema várias vezes para ter certeza do que se trata porque, se fizer uma leitura superficial, pode acabar tangenciando a proposta. Então, entenda exatamente o que foi pedido e o tipo textual”, diz o especialista.

Já para a hora de organizar as ideias e fazer o rascunho, a professora Flávia indica: “Antes de começar a escrever, o candidato deve fazer um breve esboço das ideias principais que deseja abordar e como elas se conectarão. Isso pode ser uma lista de tópicos ou um mapa mental rápido.”

“Se o candidato tem o hábito de ajustar e reorganizar ideias enquanto escreve, fazer um rascunho também pode ser útil. No entanto, se o candidato está confortável em escrever de forma linear e clara sem a necessidade de rascunho, pode optar por ir direto ao texto definitivo, reservando um tempo maior para a seleção de argumentos”, completa a especialista.

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