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domingo, 28 de abril de 2024

Policial tentou fugir, outros dois foram mortos em redes: como foi o crime na delegacia de Camocim

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Mais detalhes da chacina em Camocim

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Foto Reprodução: Mateus Ferreira

A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) refaz o passo a passo de como o inspetor Antônio Alves Dourado entrou na Delegacia Regional de Camocim, no interior do Ceará, e matou outros quatro policiais civis, na madrugada do último domingo (14). O Inquérito Policial, conduzido pela Delegacia Regional de Sobral, que traz detalhes da chacina. Confira abaixo:

Como o criminoso chegou à Delegacia

O policial suspeito de cometer os homicídios estava de folga. Mesmo assim, por volta de 4h30, Dourado foi à Delegacia onde trabalhava. Entrou pelos fundos do prédio, após estacionar uma motocicleta e pulou o muro para invadir a Unidade.

Pelo menos três das quatro vítimas estavam dormindo, após terminarem de realizar um flagrante pouco tempo antes, segundo o Relatório de Local de Crime elaborado pela Delegacia Regional de Sobral.

Como as vítimas foram alvejadas

Dourado tinha as chaves da Delegacia Regional de Camocim. Os escrivães Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira (conhecido como ‘Chicão’) e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira foram assassinados no dormitório da Unidade.

Os corpos de Miranda e Gabriel foram encontrados dentro de redes. Já ‘Chicão’ estava sentado, encostado em uma parede.

A quarta vítima tentou fugir do criminoso. O escrivão Cláudio pulou do primeiro andar, quebrou o braço, foi perseguido pelo inspetor e morto pelas costas.

O autor dos disparos deixou a sua motocicleta nos fundos da delegacia e fugiu em uma viatura da Polícia Civil, em seguida.
Primeiros policiais chegam ao local

Uma equipe formada por três policiais militares foi a primeira a chegar na Delegacia Regional de Camocim, após a matança. Eles foram acionados pelo Comando da Polícia Militar, após denúncias anônimas de que tiros teriam sido efetuados dentro da Unidade da Polícia Civil.

Um PM relatou que, ao chegarem na Delegacia, não ouviram nenhum barulho. Então, abriram o portão e já viram o inspetor Cláudio morto.

A equipe policial acionou reforço e decidiu entrar no prédio, com cuidado, pois o atirador ainda podia estar lá. Mas não estava. Os PMs encontraram apenas os outros três policiais civis, já sem vida.

Sala de delegado foi arrombada

Na sequência da vistoria, os policiais militares encontraram a sala do delegado da Unidade com a porta arrombada.

Duas armas longas (que seriam um fuzil e uma metralhadora) estavam em cima da mesa do delegado, e diversas munições espalhadas pelo chão.

A suspeita é de que o ato tenha sido cometido pelo inspetor Antônio Alves Dourado, após matar os colegas de trabalho, na Delegacia.
Como o criminoso se entregou

Um dos policiais militares que realizava a vistoria na Delegacia recebeu uma ligação de Dourado, que pediu para o PM ir sozinho à sua casa, no bairro Praia, em Camocim.

“Que chegando ao local, encontraram o portão da casa aberto e visualizaram o inspetor Dourado saindo da casa algemado. Que ele mesmo havia se algemado com suas próprias algemas. Que ele apenas disse que teria ‘surtado'”, relatou o PM no Inquérito Policial.

A Polícia Militar apreendeu duas pistolas e 29 munições, que estavam no jardim da residência do policial civil.

O suspeito e o material apreendido foram levados para a Delegacia Regional de Sobral. Ao chegar lá, o infrator não quis se manifestar e foi encaminhado para a Penitenciária Industrial Regional de Sobral (PIRS).

Em audiência de custódia nesta segunda-feira (15), a Justiça Estadual converteu a prisão em flagrante do suspeito em prisão preventiva.

Quem são os policiais mortos dentro de delegacia de Camocim

O assassinato de quatro policiais civis por um colega de trabalho chocou o Ceará neste fim de semana. A chacina ocorreu dentro da Delegacia Regional de Camocim, município no Litoral Norte do Estado, na madrugada do último domingo (14).

Os agentes de segurança mortos foram identificados como os escrivães Antônio Claudio dos Santos, Antônio José Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira, e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira. Os corpos foram levados para a Perícia Forense de Sobral e devem ser sepultados nesta segunda (15).

“Neste momento de dor e tristeza, a Polícia Civil do Ceará reforça que todo o aparato da instituição encontra-se disponível para os familiares e amigos das quatro vítimas, que são homens honrados que tanto contribuíram no combate à criminalidade no Ceará”, destacou o órgão.

Veja, abaixo, quem eram os agentes assassinados:

Antônio Claudio dos Santos

Claudio

O escrivão ingressou na Polícia Civil no ano de 2013. Tinha 46 anos e trabalhava há cinco anos no local onde aconteceu o crime.

Conforme a PCCE, há javia prestado serviços nas Delegacias de Sobral e Chaval. Anteriormente, havia trabalhado como agente penitenciário.

“Estamos muito chocados. Meio complicado isso acontecer no próprio local de trabalho. Ficamos sem mão, sem pé, sem chão e sem nada”, disse Irleno Santos, irmão do policial, em entrevista ao Sistema Verdes Mares.

Ele tinha duas filhas, uma de 5 e outra de 3 anos. Seu sepultamento ocorrerá em Camocim.

Antônio José Rodrigues Miranda

Miranda

O escrivão de 43 anos ingressou na Polícia Civil em 2011. Ele prestava serviço na Delegacia Regional de Camocim, onde estava lotado desde a sua admissão.

Ainda com base no seu registro, antes de ser policial civil, Miranda trabalhou ainda como Guarda Municipal de Camocim.

Seu sepultamento também ocorrerá em Camocim.

Francisco dos Santos Pereira

Chic o

Trabalhou na Polícia Civil durante 12 anos. Francisco prestou serviços na Delegacia Municipal de Granja e na Delegacia Regional de Camocim, onde estava lotado atualmente.

“Em seu registro, constavam elogios pelo excelente serviço prestado, bem como pelo bom atendimento ao público”, disse a Polícia Civil do Ceará.

Natural de Fortaleza, ele se mudou para Camocim quando passou para o concurso de escrivão na cidade. Conhecido como “Chicão”, tinha 47 anos e, futuramente, queria tentar a carreira de delegado.

Segundo a prima Mariana Almeida, em entrevista ao Sistema Verdes Mares, era um homem honesto, alegre e estudioso. “A sensação que ficamos é de impunidade, injustiça. Foi muito cruel”, afirma.

“Era uma pessoa que sempre queria mais da profissão. E um colega de trabalho fazer isso, ficamos pensando em quem confiar”, reflete Mariana.

O escrivão deixa três filhos: uma de 17 anos, um de 7 e outro que não completou um ano. O enterro acontecerá no Eusébio.

Gabriel de Souza Ferreira

Gabriel

Natural do Piauí, era inspetor da Polícia Civil e tinha 36 anos. Ele foi admitido na Polícia Civil em 2013.

Atuou nas Delegacias de Ibiapina, Tianguá, Jijoca de Jericoacoara e Camocim, onde estava lotado atualmente. Será sepultado em Teresina.

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