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sábado, 18 de maio de 2024

Projeto no Senado pretende liberar a comercialização do cigarro eletrônico no Brasil

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Segundo a Associação Médica Brasileira, fumar um tipo de cigarro eletrônico no formato de pen drive, por exemplo, equivale a fumar 20 cigarros convencionais.

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Um projeto no Senado pretende liberar a comercialização do cigarro eletrônico no Brasil.

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Em um comércio popular em Brasília, ao menos dez lojas vendem livremente os dispositivos eletrônicos para fumar: em formato de cigarros, canetas e pen drives. Desde 2009, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de qualquer dispositivo eletrônico para fumar, pela inexistência de dados científicos que comprovem a segurança deles. Descumprir é uma infração sanitária que pode ser punida com sanções como multas ou interdição do estabelecimento. A determinação da Anvisa não cita o usuário. Não há lei que proíbe o uso no país.

Hoje, é fácil encontrar jovens e adolescentes fumando cigarros eletrônicos. A última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, feita há quatro anos, revelou que quase 17% dos estudantes de 13 a 17 anos tinham experimentado o produto. Mas especialistas afirmam que hoje esse número é ainda maior. De 2018 a 2022, o número de pessoas que usavam o cigarro eletrônico quadruplicou no país e hoje são mais de 2 milhões.

Segundo a Associação Médica Brasileira, fumar um tipo de cigarro eletrônico no formato de pen drive, por exemplo, equivale a fumar 20 cigarros convencionais. O perigo da nicotina e outras substâncias tóxicas é disfarçado pelos aditivos, que produzem aromas e sabores, e os estragos no organismo muitas vezes só são conhecidos quando o fumante vai parar em uma emergência.

O homem de 31 anos disse que em 2019 começou a fumar cigarros eletrônicos sem odor, para que a família não soubesse. Em 2023, ele começou a sentir cansaço e falta de ar. Ficou apavorado e procurou um grupo de apoio para largar o vício.

“Você fica sem limite. Comecei a ter muita tosse, dor no peito e assim por diante. A capacidade pulmonar acabou caindo muito. Subir escada ficou uma coisa muito mais difícil. O cigarro já atrapalhava. Mas com ele, eu senti, pelo menos, que a progressão foi muito mais rápida. Quem falar que não faz mal é mentira”, afirma o usuário.

Apesar de a Anvisa considerar que faltam dados científicos que comprovem a segurança dos cigarros eletrônicos, a senadora Soraya Thronicke, do Podemos, apresentou um projeto para liberar a produção, comercialização e o consumo deles no Brasil.

“Nós não sabemos o que tem lá dentro, quais são os produtos que tem lá dentro. Eu quero saber. Eu quero que essas pessoas que estão comercializando tenham CNPJ, tenham sede no nosso país, para que quem quiser possa ter alguém para processar”, diz a senadora.

A Associação Brasileira da Indústria do Fumo defende a regulamentação. Afirma que a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil já se mostrou ineficiente e alega que a criação de regras permitirá que adultos fumantes tenham direito de escolha.

O pneumologista Ricardo Meirelles alerta que que os cigarros eletrônicos não são menos prejudiciais para saúde e ainda levam a uma dependência ainda maior. O médico destaca que já existe uma regulamentação proibindo esse tipo de cigarro.

“O cigarro eletrônico no Brasil já é regulamentado. Ele é proibido. Por que que ele é proibido? Porque a gente não pode cair no erro de 100 anos atrás. O que nós estamos vendo hoje com o cigarro eletrônico é o que aconteceu há 100 anos atrás com o cigarro convencional, que não se sabia o maleficio que se causava. Mais ou menos lá para 1950 que se comprovou que fumar leva a câncer de pulmão. Isso demora mais de 20, 30 anos para você ter um câncer. Hoje, nós sabemos que fumar, o tabagismo, causa 50 doenças e mata 2 milhões de pessoas por ano. Então, o cigarro eletrônico está começando agora, tem substâncias tóxicas, tem substâncias cancerígenas. E nós sabemos que isso vai levar… No futuro, se nós liberarmos o cigarro eletrônico, a juventude hoje vai, no futuro, ter vários problemas de saúde, como o cigarro convencional. Vai ter problemas respiratórios, câncer, vários tipos de câncer, doenças cardiovasculares e outras”, afirma Ricardo Meirelles, coordenador da Comissão de Combate ao Tabagismo – AMB.

A pneumologista Margareth Dalcolmo explica que, ao contrário do que muitos usuários acreditam, os dispositivos não podem ser usados como tratamento para a dependência do cigarro convencional.

“De modo algum. Isso é um equívoco. Na verdade, o que existe é uma concentração de nicotina muito alta e mais: metais pesados, substâncias cancerígenas. Então, é por essa razão que os oncologistas, inclusive se juntam a nós nesse pleito de controlar, porque nós vamos começar a ver, inclusive o câncer do pulmão muito precoce nos usuários desses dispositivos”, explica.

O uso dos cigarros eletrônicos fez surgir uma nova doença que causa insuficiência respiratória: nomeada Evali – uma sigla em inglês que, traduzida, significa lesão pulmonar associada aos produtos de cigarro eletrônico ou vaping.

Em nota, a Anvisa afirmou que está em “processo de revisão regulatória do tema”; que, em 2022, a diretoria colegiada aprovou relatório da área técnica recomendando a manutenção da proibição; a adoção de medidas para aumentar a conscientização dos riscos e as ações de fiscalização.

A agência declarou que não pode antecipar informações sobre a futura regulamentação antes da decisão final da diretoria colegiada. Sobre a fiscalização, a Anvisa reforçou que essa é uma atribuição das vigilâncias sanitárias locais, mas que tem reforçado ações em cooperação com estados e municípios.

Fonte: O Globo

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– Salmos 124:6

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