A F1 promete emoção neste ano de 2022. Além da rivalidade Hamilton x Verstappen, a maior categoria do automobilismo mundial traz uma mudança radical no regulamento. O objetivo é mexer na aerodinâmica dos carros e aumentar a competitividade, proporcionando mais ultrapassagens e oportunidade para que equipes menores escalem o grid. Mas isso vai realmente acontecer?
Felipe Giaffone, ex-comissário da F1, piloto e comentarista, acredita que sim, mas faz um alerta. “Agora, o carro que está na frente na corrida vai atrapalhar menos a aerodinâmica do carro que está atrás. Não que as ultrapassagens se tornem algo extremamente corriqueiro, mas devem aumentar”, diz.
Os carros desta temporada estão mais “simples”, sem muitos apêndices, e terão de volta o efeito–solo, conceito diferente de direcionamento do ar por baixo do carro. Esse recurso foi usado na F1 de 1978 a 1982, porém foi banido em função dos altos índices de acidentes. Agora, a FIA diz que os carros estão muito mais seguros e modernos, e trarão mais emoção às corridas.
A promessa acontece mesmo com os protótipos deste ano sendo mais lentos que os de 2021. “Espera-se 0,5 s mais do que costumava ser. Isso se deve ao peso, que aumentou cerca de 40 kg devido às mudanças nas rodas e nos pneus e aos protocolos de segurança. Na largada, quando o tanque ainda está cheio, os carros podem chegar a pesar 900 kg — o maior peso da história de um carro de F1”, comenta Giaffone.
Como o novo regulamento é uma prancheta em branco, cada equipe tem sua interpretação. “A parte da suspensão se tornou muito mais simples, facilitando a construção e diminuindo a diferença entre os carros. A intenção da FIA é tornar o esporte mais justo, mas só veremos essas diferenças daqui a dois ou três anos”, afirma Giaffone.
E será que teremos novamente uma espécie de Brawn GP, escuderia criada em 2009 a partir da massa falida da Honda, mas que construiu o carro campeão daquele ano? Giaffone diz que é possível, porém o poder de reação das equipes ricas é maior. “Se alguma equipe de médio ou pequeno porte achar uma brecha no regulamento, o que acontecerá é que logo as equipes mais fortes vão acabar copiando e a vantagem vai embora. O inverso seria mais difícil”, finaliza o piloto.
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