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quinta-feira, 16 de maio de 2024

Mulher larga o trabalho para cuidar do filho com câncer, marido é internado e família vive de rifas: ‘tenho que ter força’

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Foto Reprodução: Arquivo Pessoal

Uma moradora de São Vicente, no litoral de São Paulo, está vendendo rifas para custear os gastos da família. Ela parou de trabalhar com confeitaria para cuidar do filho, diagnosticado com linfoma de Hodgkin [câncer que afeta o sistema linfático], mas, agora, o marido que estava sustentando a família como motorista de aplicativo ficou doente e precisou ser internado em 20 de março. Sem diagnóstico, ele segue sem previsão de alta.

“Se eu cair nesse momento, vai cair todo mundo e eu tenho que ter força”, disse Aline Santos Lima, de 36 anos.

Ao g1, ela contou que o filho Kauã Santos Lima, de 12, já passou por três tratamentos e, até o momento, nenhum deu o resultado esperado: a remissão da doença. A descoberta do câncer se deu no final de 2019 e o tratamento começou logo no ano seguinte. Foram seis ciclos de quimioterapia e mais 34 sessões de radioterapia.

Passado esse processo, e já em 2021, realizou exames e os médicos desconfiaram de que o procedimento não havia dado do resultado esperado. Ele foi monitorado, teve materiais coletados para biópsias, que não apontaram a presença da doença, mas, ainda em investigação, identificaram as células cancerígenas na região do pulmão em 2022.

Aline contou que o filho recebeu a quimioterapia convencional e ,depois, recebeu orientação médica para usar uma medicação experimental para ficar apto a realizar um transplante de medula óssea. No momento, Kauã participa de uma pesquisa clínica no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), na capital paulista.

“Já recebeu cinco doses, fez exames de reavaliação, porém ainda não saiu o resultado. Por enquanto ainda não liberaram para a cirurgia”, disse.

Segundo Aline, o filho não tem tido muitas reações ao tratamento, mas ela foi surpreendida negativamente com a internação do marido, no último dia 20, após presentar febre três dias antes. “Foi no médico, fez exames e pediram uma tomografia, falaram que estava com derrame pleural e pediram internação para investigar”.

Kauã recebe uma dose de quimioterapia a cada 21 dias, mas passa com frequência por consultas médicas e exames. A mãe explicou que a medicação é custeada pela pesquisa clínica do Graacc, mas ela está com dificuldade para manter os gastos domésticos, como plano de saúde, transporte do filho até São Paulo e o parcelamento do carro – que usado pelo marido para trabalhar.

Marido internado

O motorista Lúcio Queiroz Lima, de 39 anos, precisou drenar o líquido do pulmão, que foi para análise, além de colher biópsia da pleura. No entanto, ele ainda não recebeu nenhum diagnóstico. “Não tem como tratar e nem dar alta para ele. Fico me dividindo, cuidando do Kauã, da casa e cuidando ele [marido]”.

De acordo com Aline, Lima tem hepatite autoimune [que atinge o fígado] e os médicos estão investigando a possibilidade de alguma outra doença autoimune ter causado o derrame pleural.

Com ajuda de algumas pessoas, ela passou a fazer rifas para conseguir arcar com os gastos de casa, inclusive, contou com a doação da proprietária de uma agência de turismo, que permitiu a ela rifar uma viagem. “Deus age muito grande na minha vida, então isso me fortalece”.

Ela ressaltou que, apesar das dificuldades que está enfrentando com o filho e o marido doentes, não se deixa abater com a situação. “Se eu cair nesse momento, vai cair todo mundo e eu tenho que ter força para ajudar meu marido, que está internado e não pode me ajudar, e para o Kauã, que depende de mim”.

Aline ressaltou a importância de pensar sempre com esperança de que tudo vai ficar bem. “Não é fácil ver tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, mas, como o Kauã está em tratamento há [quase] quatro anos, já passei por muita situação. Acho que todas elas me fortaleceram para enfrentar as situações difíceis que aparecem. Apesar de ser angustiante e um pouco desesperador, consigo ter fé de que tudo vai se resolver”, finalizou.

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