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sábado, 27 de abril de 2024

Aos 80 anos, Harrison Ford revela o segredo para cenas de ação: ‘manter os analgésicos por perto’

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‘Indiana Jones e a relíquia do destino’ chega aos cinemas nesta quinta-feira

Aos 80 anos, Harrison Ford revela o segredo para cenas de ação: 'manter os analgésicos por perto'
Aos 80 anos, Harrison Ford revela o segredo para cenas de ação: ‘manter os analgésicos por perto’ / Foto Reprodução

James Mangold hesitou um pouco diante da oferta para assumir a direção de “Indiana Jones e a relíquia do destino”, o último capítulo da série de aventuras protagonizada pelo arqueólogo interpretado por Harrison Ford, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira. Até então, todas as histórias da franquia criada por Steven Spielberg e George Lucas a partir de “Caçadores da arca perdida” (1981) haviam sido escritas, dirigidas e supervisionadas pela dupla de megarrealizadores, um esforço coeso que ajudou a gerar e sustentar um fenômeno cultural por quatro décadas. Abraçar tal responsabilidade já era assustador, mas o que mais incomodava Mangold tinha pouco a ver com a franquia em si:

— Não queria que me oferecessem um trabalho, um bico, mas ser escolhido para a função pelo que poderia fazer pelo filme. E eu não gostava do material que tinham em mãos naquele momento — disse o diretor americano no Festival de Cannes, onde “A relíquia do destino” ganhou première mundial. — Disse que faria o filme, mas precisaria de pelo menos um ano para desenvolver algo novo a partir daquele primeiro roteiro. Porque embarcar num empreendimento desses sem qualquer tipo de autonomia seria como entrar em um trem em movimento, fazer o que fosse ordenado, ser apenas um mero funcionário executando algo que nem eu compreendia inteiramente.

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Fã que virou diretor

Autor de sucessos comerciais como “Garota, interrompida” (1999) e, mais recentemente, “Wolverine — Imortal” (2013) e “Logan” (2017), duas bem-sucedidas investidas no universo Marvel, Mangold tinha certa autoridade no campo das tramas de ação e, portanto, cacife para botar suas cartas na mesa. Como fã de primeira hora de Indiana Jones — ele tinha 17 anos quando assistiu a “Caçadores da arca perdida” pela primeira vez, experiência que descreve como “arrebatadora” —, cuja trajetória acompanhou com interesse, o diretor percebeu que o projeto inicial evitava “graciosamente” a idade do personagem, o que Mangold considerou “um erro fatal”.

— No segundo em que Indy aparecesse na tela, seríamos confrontados com a realidade de um homem em seus 70 e muitos anos, e haveria uma dissonância muito grande entre o que veríamos e o que estava escrito naquelas páginas — opinou o realizador, que passou suas objeções para Spielberg, Lucas, Ford e Kathleen Kennedy, produtora de todos os filmes da saga. — Era impossível não considerar a passagem do tempo, tanto para o personagem quanto na cronologia da História. Era a oportunidade de examinar tudo isso, considerando que lidamos com um herói conhecido do público por suas contradições: ele às vezes é corajoso, às vezes, covarde; pode ser brilhante e estúpido.

A proposta de Mangold foi aceita por todos na Lucasfilm. Inclusive por Harrison Ford, um dos mais zelosos pela reputação de Indiana Jones, talvez o mais adorado personagem da longa carreira do carismático ator, hoje com 80 anos. A popularidade do arqueólogo de espírito aventureiro, inspirado nos heróis das matinês americanas dos anos 1930, só rivaliza com a de Han Solo, o mercenário com senso de justiça da saga iniciada com “Guerra nas estrelas” (1977), também concebida por Lucas. “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal” (2008), o filme anterior da série, é ambientado em 1957, em plena Guerra Fria, e seria coerente que o protagonista envelhecesse junto com o seu intérprete.

— Ansiava por fazer esse filme, porque sempre desejei continuar desenvolvendo o personagem até essa idade. Queria vê-lo desorientado, desarmado pela idade avançada, à espera de alguma coisa, um novo relacionamento capaz de trazê-lo de volta à vida — justificou Ford, confirmando que “A relíquia do destino” marca a sua despedida do papel. — Na verdade, queria encarar a minha própria idade, de certa forma, e a minha relação com o público. Cada filme da série apresenta um novo aspecto do personagem, à medida que o tempo passa. Por isso trouxemos Sean Connery para fazer o pai de Indy em “A última cruzada” (1989). Gosto da sensação de contar uma história redonda.

Ford pendura o chapéu Fedora e o chicote de Indy em grande estilo. “A relíquia do destino” é o capítulo mais caro da série, estimado em US$ 294 milhões, uma grande parte em efeitos especiais exigidos por um enredo que coloca os personagens na Nova York de 1969, em plena ebulição política e social. As ruas fervem, mas encontramos um Dr. Jones envelhecido, rancoroso e à beira da aposentadoria. Ele é tirado do estupor ao trombar com cientistas nazistas em busca de um artefato criado por Arquimedes que permite viagens no tempo. Indy só não esperava ter que impedi-los com a ajuda da afilhada Helena (Phoebe Waller-Bridge), uma esperta contrabandista de antiguidades.

Ford diz que sempre gostou de fazer cenas de ação e, quando possível, dispensa o uso de dublê, como fez em algumas sequências de “A relíquia do destino” — e tem um longo histórico de ossos quebrados e hematomas para provar isso. Mas afirma que nunca esteve inclinado a repetir as façanhas de Tom Cruise, que se entrega em cenas ainda mais perigosas a cada novo filme.

— O que ele faz é fantástico, é único, mas não é para mim. Gosto de atuação física. Fiquei até um pouco viciado nelas no início da carreira, até porque a gente sabe que está protegido, pelo menos até certo ponto. O segredo é manter os analgésicos por perto (risos) — brincou o ator e piloto licenciado, que quase morreu na queda do avião de pequeno porte que pilotava, em 2015. — Foram 25 anos de prática antes que aquilo acontecesse. Mas uma coisa mágica aconteceu de forma bem cinematográfica. Ouvi a voz do meu mentor (e instrutor de voo) Bob Hoover me guiando: “Voe para o mais longe que puder de uma colisão”. Foi o que fiz. Agora sei o que fazer.

Indiana na Marvel

Todo o longo prólogo do filme, no entanto, é ambientado em 1944, nos últimos momentos da Segunda Guerra. Nele, reencontramos Indiana Jones 25 anos mais jovem, ajudando o colega Basil Shaw (Toby Jones) a tirar das mãos dos nazistas um artefato histórico misterioso, capaz de reverter o desfecho do conflito e dar a vitória a Adolf Hitler. A ação é intensa, envolve brigas em carros e trens em movimento, mas, no fim, o arqueólogo consegue frustrar os planos do inimigo e escapar com vida. Só para reencontrar o vilão Jürgen Voller (o dinamarquês Mads Mikkelsen) décadas mais tarde, em Nova York, infiltrado no projeto da corrida espacial do governo americano.

— Abrimos o filme em uma época em que o mal era o mal, o bem era o bem, e a vida era simples. No corte para 1969 fica claro que não foi apenas Indiana Jones que mudou. Agora vivemos no mundo da política real, no qual o inimigo do meu inimigo é meu amigo. Temos outras guerras, viajamos para o espaço, a modernidade e o rock’n’roll estão aí. Ninguém olha para o passado como Indy, e ninguém mais tem certeza de quem é o vilão — explicou Mangold, que trabalhou no roteiro com David Koepp, Jez e John-Henry Butterworth. — Sem levar a história para um tom mais grave, tentamos atentar para uma reflexão: os heróis são possíveis em nossa era e, se sim, devemos aceitá-los?

Ford se despede de Indiana Jones, mas não da carreira em filmes de ação. O ator estreará no universo Marvel em “Captain America — Brave new world”, previsto para 2024, interpretando o general Thaddeus Ross, papel até então vivido por William Hurt, morto no início deste ano.

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